Nossa segunda convidada na semana especial do Dia Internacional da Mulher é a talentosa Natacha Cortêz, 28, que encontrou no jornalismo uma maneira de entrar em contato consigo mesma e ao mesmo tempo representar outras mulheres. Delicada e independente, ela nos contou a importância de se respeitar e de fazer o que se gosta, sem se preocupar com que os outros vão pensar!
Oppa: Qual o motivo de você ter se mudado para São Paulo?
Natacha: Eu sou de Maringá e me mudei para São Paulo há seis anos. Na época eu queria fazer uma pós graduação e vim para cá para fazer isso, acabei fazendo uma pós focada em direção criativa e outra focada em jornalismo. Mas hoje eu vejo que eu queria fazer essa mudança para me encontrar, entender melhor meu lugar no mundo.
Oppa: Como foi a transição de deixar família e amigos e começar tudo do zero em uma nova cidade?
Natacha: Eu nunca tive a vontade de voltar para minha cidade natal e não me vejo voltando para lá, meu lugar agora, é aqui. Quando cheguei em São Paulo eu estava experimentando coisas da vida adulta que eu não tinha vivido antes e assim eu aprendi a abrir mão de coisas e situações que não eram para mim, por mais que eu acreditasse que fossem.
Oppa: Você se sente realizada com seu papel atual de jornalista? Você acredita que esse é um bom canal para poder escrever sobre assuntos relevantes para muitas mulheres?
Natacha: Minha relação com jornalismo começou ha três anos atrás, na época trabalhava mais focada em moda, mas era inquieta e não estava satisfeita trabalhando nessa área. Então comecei me perguntar o que poderia fazer, fiquei com medo de mudar de área aos 25 anos e até pensei se não era tarde para entrar em um universo novo. Quando deixei o medo de lado, batalhei e consegui entrar na equipe de jornalismo da revista TPM, veículo no qual trabalho até hoje. Depois dessa experiência eu não me preocupo tanto com que os outros pensam, eu sou dona da minha vida, pago minhas contas e eu faço com ela o que eu quiser, quando quiser.
Oppa: O que te motiva e te dá energia todo os dias?
Natacha: O jornalismo me fez ser uma pessoa melhor. Eu posso falar pelos outros, não só por mim, e isso é incrível. A revista que trabalho hoje fala muito sobre mulheres que a maioria da imprensa ignora e questões que precisam ser descontruídas, e isso tem muito a ver com o que eu penso. Fazendo esse jornalismo com viés feminista, olhando de uma maneira diferente para a mulher, acabo questionando meus valores e valores da minha geração. Nossa geração é de mulheres modernas que estão no mercado de trabalho, mas ainda lutamos contra estigmas sobre nossos corpos e nosso lugar na sociedade. Acredito que com meu trabalho consigo desconstruir isso, e é o que me enche de energia.
Oppa: Além de escrever você também se expressa através de delicadas ilustrações. Quando surgiu essa paixão pela arte?
Natacha: Eu desenho desde criança, mas parei por um bom tempo e voltei a desenhar aos 25 anos. Foram duas coisas que aconteceram ao mesmo tempo, desenho e o jornalismo. Foi legal porque eu vi que podia fazer mais de uma coisa na vida, eu quero ser muitas coisas. Com o passar dos anos e minhas experiências eu percebi que posso me aventurar em qualquer outra profissão ou hobby. Acho isso muito importante, a gente não precisa se dedicar a uma coisa só. Ao juntar paixão e gosto sincero tudo flui e a duração disso vai ser até quando te fizer bem.
Oppa: Quem são suas musas inspiradoras?
Natacha: Não sei exatamente quem são minha musas inspiradoras, tenho mulheres que admiro pela vida profissional e também pela vida pessoal. Um bom exemplo é a vida da Frida Kahlo, que foi cheia de superações e também amo o trabalho que ela deixou de legado. A Virginia Woolf também é muito inspiradora, ela é a escritora que mais li na vida e a admiro muito. Outra inspiração para mim é o trabalho da fotógrafa Ivy Adelaide Ivánova, que nasceu em Recife e hoje mora em Berlim. Quero fazer no jornalismo o que ela faz na fotografia.
Oppa: Para você o que é uma mulher de verdade?
Natacha: “Uma mulher de verdade é o que ela quiser ser. “ Acho que hoje em dia para ser qualquer coisa é só você acreditar em seus desejos e convicções. Basta você querer ser aquilo!
Caaaalma, que não acabou por aqui não! Ainda tem o swing e simpatia da Ana Claudia Luiz que vai falar um pouco da sua história e profissão! Aguardem. ;)
No Comment