Quem participa do Blog hoje é o Conexão Cultural, que vai sempre mostrar dicas de eventos, curiosidades e atividades por aí. O Conexão entrevistou o famoso filósofo de rua Eduardo Marinho. Uma pessoa hiper inspiradora!

CC: Quando vc começou a criar? “Não dá pra lembrar de quando comecei a criar. Criatividade costuma ser inata, nas crianças. Nas escolas elas são enquadradas e pressionadas pra terem um comportamento padrão e isso é o primeiro inibidor de criatividade. O processo educacional procura restringir a criatividade apenas às áreas que dão lucro.”

CC: Quais são suas fontes de inspiração? “Eu me inspiro na realidade à minha volta, na maior parte das vezes. É dela que fala meu trabalho, da minha visão de mundo. Não pretendo ser um artista de alto nível técnico. Uso a arte pra falar o que penso e procuro causar reflexões, questionamentos e esclarecimentos a respeito das mentiras que nos cercam e predominam em nossa vida.”

CC: Como a arte pode melhorar/tocar de alguma forma a vida de alguém? “A arte depende do seu veículo, seu captador, seu materializador – o artista. Desejos, visões de mundo, temperamento, caráter, posições políticas ou ideológicas, intenções na vida e com a arte. Há quem faça arte para o próprio ego, há quem a faça pra participar da formação da alma humana. Existe o artista de galeria, o artista de rua, o artista isolado, o artista coletivo. Não é um bloco homogêneo, nem poderia ser. Mas as pessoas tendem a ver a arte como uma coisa pura, que liberta ou eleva. Isso pode ser verdade, mas não necessariamente. A arte também pode aprisionar, castrar, apavorar, produzir desejos ou inibir iniciativas. Como eu disse, depende do artista e da intenção da arte.”

CC: Como trabalhar mais nossa subjetividade – equilibrar o racional com o emocional? “A cultura que foi implantada, do consumo e descarte, da competição permanente, da dualidade vencedor/perdedor, onde se vale o que se tem, e não o que se é, essa cultura colocou a razão num pedestal que ela não tem condições de sustentar. O sentimento foi relegado a um segundo plano. O que é preciso não é equilibrar, mas perceber o valor da subjetividade, do sentir, da intuição. O sentimento é superior à razão, vai muito mais fundo e determina a qualidade de vida, muito além da matéria – do que precisamos muito pouco, apesar de grandes parcelas da população terem acesso negado a esse pouco.

“Com respeito e solidariedade a vida se torna bem melhor. Porém, enquanto a sociedade se deixar existir conduzida ao egoísmo, induzida por um massacre cultural – começando pela mídia, pela publicidade, pelo modelo de ensino, pela forma de vida -,  isso não evoluí para a qualidade de vida. Mas, há quem se negue a participar dessa forma e viva com mais equilíbrio, harmonia e prazer nos relacionamentos. Esses são os contaminadores, os acendedores de luzes que, acendendo luzes em seus caminhos, acabam iluminando os caminhos do mundo.”

As obras ficam lá em Santa Teresa (Bairro no Rio de Janeiro) mas ele também entrega por correio: [email protected] – Veja mais trabalhos do artista aqui!

Por Conexão Cultural

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