Todos sabem que São Paulo tem uma grande carência de espaços públicos de qualidade.

Os encontros, conversas e brincadeiras que antes aconteciam nas ruas, praças e parques, estão cada vez mais confinados dentro de prédios, grandes condomínios, shoppings e centros de consumo. Se é pra bater um papo: “a gente se vê no Starbucks”; se é pra se divertir: “podemos marcar de ir no Cinemark, lá do Eldorado”. O encontro virou mercado e paga-se por ele.

Se muito da vivência acontece dentro de muros, em consequência o lado de fora — os espaços públicos, a própria cidade — vai ficando também esquecido, sem nem mesmo nos darmos conta disso. Mas não há quem discorde da importância e do prazer de se experienciar lugares abertos, livres. A carência é tanta, que qualquer espaço com o mínimo de condições de se estar é logo ocupado com os usos mais inesperados. Quem um dia imaginaria que o Minhocão poderia ser lugar pra pelada de futebol, churrasco e corrida, ou que a Av. Paulista seria fechada para carros num domingo apenas pras pessoas tomarem as suas vias?

Local vira área de lazer para os moradores da região. São Paulo, 16/01/2011. Foto: Evelson de Freitas/AE

Local vira área de lazer para os moradores da região. São Paulo, 16/01/2011. Foto: Evelson de Freitas/AE

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Foto: Fora do eixo

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Montagem com fotos da Folhapress e Brisa Dalila/Jovem Pan

Assim, também aos poucos, aparecem ações de retomada da cidade, de valorização de espaços públicos ao ar livre.

Uma delas são os parklets. Eles funcionam como mini-praças instaladas no lugar de vagas de carros. Podem ser equipados com bancos, floreiras, lixeiras, mesas, cadeiras, equipamentos de exercício físico, paraciclos etc. Apesar de ser comumente implantado por empresas privadas ou estabelecimentos comerciais, trata-se de um espaço público, aberto para ser usado por todos, a qualquer momento e de graça.

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Em 2014, a convite do escritório Zoom, fizemos uma sinalização em stencil no primeiro parklet de São Paulo, na rua Padre Jõao Manuel.

Desde lá, junto com o pessoal da Farpa pensamos em desenvolver o nosso próprio desenho de parklet que se adaptasse a diversos ambientes em diferentes tamanhos. São peças modulares de concreto e madeira que, encaixadas, formam diferentes mini-praças. Em nossa tentativa de traduzir o termo, batizamos nosso parklet de Parqueleta.

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Em breve teremos um protótipo finalizado e gostaríamos de conseguir espalhá-las pela cidade. Esperamos que assim, mesmo que nessas pequenas ilhas, possamos resgatar um pouco da experiência do convívio na rua. Fiquem ligados!