Sabiam que São Paulo abriga a primeira obra da arquitetura moderna implantada no Brasil? É a Casa Modernista, localizada na Rua Santa Cruz, na Vila Mariana.
A Casa Modernista foi projetada em 1927 pelo arquiteto Gregori Warchavchik para ser a residência dele e de sua esposa Mina Klabin, filha de um industrial da elite paulistana. Na época, a casa gerou forte impacto nos círculos intelectuais e na opinião pública em geral, com a publicação de artigos em jornais favoráveis ou contrários à nova orientação estética proposta.
Destituída de qualquer ornamentação e formada por volumes prismáticos brancos, a obra era tão impactante para a época que, para conseguir aprovação da prefeitura, o arquiteto apresentou uma fachada toda decorada e, quando concluiu a obra, alegou falta de recursos para completá-la. Além da edificação, mereceu destaque o jardim projetado por Mina Klabin devido ao uso pioneiro de espécies tropicais.
É importante notar que se trata de uma obra precursora, de transição, que necessariamente expressa as contradições da época. Em 1935, a casa passou por uma reforma para se adequar às necessidades da família que crescia, ao mesmo tempo em que experimentava alterações na lógica da circulação e na composição dos volumes. O acesso principal passou a ser feito pela lateral, onde foi acrescida uma marquise. Além disso, a cozinha foi ampliada e a varanda lateral, suprimida, dando lugar a uma continuação da sala de estar, que ainda ganhou um novo volume curvo cuja laje foi transformada em um terraço que circunda o quarto da esposa. O piso superior também ganhou algumas modificações, como um novo banheiro servindo o quarto do marido e um closet entre o quarto da esposa e o quarto do filho, que, anteriormente, servia como espaço de costura.
Durante a Segunda Guerra Mundial, o jardim passou por uma ampliação na qual Mina Klabin fez um bosque de eucaliptos rente ao muro de divisa frontal para que a família se resguardasse do hospital nipo-brasileiro, que estava em construção em frente à casa.
A família morou ali até meados dos anos 70, quando decidiu vender a propriedade. Em 1984, a Casa Modernista foi tombada pelo Condephaat, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico. Hoje, a casa e o parque estão abertos para visitação.
Para mais informações,
Imagem 1 aqui, imagem 2 aqui, imagem 3 aqui e imagem 4 aqui.
Por Casas Bacanas.
No Comment